domingo, 19 de outubro de 2008

Pictures of Home

Ontem fiz uma faxina aqui em casa... Aliás, A faxina.
E não que eu goste de me exibir, mas modéstia à parte, ficou bom. Tão bom que eu resolvi compartilhar.
Meus brinquedos ficaram mais organizados:

Weapons of Mass Destruction

Era assim que estava antes:



O teclado entrou pra família depois dessa foto, então ele não está na foto mais antiga. Falta só minha mesinha, e logo mais vira um pequeno estúdio! hehe

E pra fechar, um espelhinho típico:

Mirror, mirror on the wall
Who's the lamest one of all?

Bom, chega de fotos.
Câmbio e desligo.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

"Chapter 9"

Acho muito interessante a forma como alguns artistas estão lançando seus novos álbums ultimamente.

Lembro de quando o Dr. Sin lançou o "Dr. Sin II" em bancas de jornal. Na mesma época (ou talvez não, já que a minha noção de tempo e espaço não é a mais aguçada do mundo), Lobão também lançou um CD de forma independente.

E então veio O Teatro Mágico e lançou seus dois discos totalmente de graça na Internet.

Engraçado como há algum tempo muitos artistas viam a Internet como um "risco" à integridade autoral de suas obras (lembro-me, e muitos também devem se lembrar, do caso "Metallica vs. Napster"). E hoje, com a Internet cada vez mais rápida e com tantos formatos digitais de áudio, os mesmos artistas estão lucrando com essa nova mídia. O próprio Metallica oferece músicas em formato MP3 de graça (e algumas por um custo acessível) em seu site. The times, they're a changing, Bob Dylan já cantava...

Mas sem divagações, o que eu queria informar é que Ed Motta está com álbum novo na praça. E o "Chapter 9", como foi batizado o disco, está disponível na Internet. De graça.

O novo disco, com as canções todas em inglês e com instrumentos executados exclusivamente pelo músico, pode ser baixado no site da gravadora.

Mas ele estará disponível por tempo limitado, então não deixe para depois.


terça-feira, 7 de outubro de 2008

Nada

Às vezes eu me pergunto se é uma boa idéia publicar as coisas que eu escrevo aqui neste blog.

É um espaço público, e ainda que seja pouco visitado, é um meio para se publicar aquilo que eu por ventura venha a escrever.

Por outro lado, no entanto, eu deixo de ser "dono" total da minha criação. Foi dito certa vez que a obra só pertence ao autor enquanto ele a escreve. Depois disso ela é do leitor, que é livre para ler e interpretar a obra como bem quiser... Contudo, se o autor nunca mostrar sua obra ao público, ela sempre vai ser dele. Tem uma lógica meio maluca só minha, e é um dos motivos pelo qual nada que eu tenha escrito (que não tenha sido destinado exclusivamente para este blog) tenha vindo parar aqui.

Ainda, como uma também conseqüência da perda da "exclusividade" do meu texto, ele passa a ser grátis. Não que eu seja um porco chouvinista capitalista mesquinho. Mas perde-se o sentido de se pensar em publicar, por vias tradicionais, aquilo que já está aqui, de graça (ok, nem tanto assim, talvez seja apenas egoísmo meu).

O outro grande motivo é a freqüente falta de revisões dos meus textos. Veja, eu gosto de revisar meus textos de tempos em tempos, e nunca tenho certeza de quando eles estão em sua versão definitiva ou não.

De qualquer forma, pelo sim ou pelo não, vou arriscar publicar um conto aqui. Curto, escrevi de sopetão e só revisei esses dias, alguns meses depois. Não mudei muita coisa, então é bem provável que eu tenha que revisá-lo novamente...

(ah, sim, copiei e colei do editor de texto, o que fez com que a formatação original se mantivesse)





Nada
Osvaldo Ken Kusano

“Wer mit Ungeheuern kämpft, mag zusehn, dass er nicht dabei zum Ungeheuer wird. Und wenn du lange in einen Abgrund blickst, blickt der Abgrund auch in dich hinein.”
-- Friedrich Nietzsche in Jenseits von Gut und Böse

Acordou cedo, sem a ajuda usual do despertador. Arrumou a cama com esmero, escovou os dentes de forma cuidadosa, barbeou-se com cuidado único, separou a roupa usada e tomou um resoluto e demorado banho frio.

Sentou-se sobre as próprias pernas, os joelhos sobre o carpete em frente à janela por onde invadia a amena luz do sol com a qual deixou-se secar.

Quando os sinais de fome lhe abandonaram o espírito, comeu um mingau de trigo integral que fez usando apenas água e sal.

Vestiu-se com capricho e dirigiu-se ao prédio onde trabalhava.

Subiu as escadas até o topo do prédio. Caminhou até o parapeito e encarou a descida.

Contemplou o abismo.

* * *

“Estás pronto para devorar-me?”

“Não há mais fome”, respondi ao abismo.

“Então devorar-te-ei.”

“Não há mais carne para ser devorada”

Sempre fui um homem de dúvidas, nunca um homem de crenças. A incerteza me levou a erros nunca corrigidos por medos que a certeza nunca afastou.

“Devoro-te os ossos então.”

“Aqui não há mais o fraco que um dia eu fui.”

“Nada pode passar por mim.”

* * *

Carros e ônibus fumegantes cruzam as ruas abaixo do homem no topo do mundo. Pessoas passando apressadas sem se dar conta daquele acima delas.

Ignorado pela multidão, um mendigo sujo estende a mão pedindo esmolas, as chagas comendo-lhe a pele, a fome ulcerando seu estômago. Do outro lado da rua, uma mulher bem vestida joga fora metade de um sanduíche enquanto fala ao celular.

Uma freada brusca e alguém gritando de dentro de um carro, a buzina acompanhando-o no tempo e ritmo do coral.

Para o homem que observa o mundo, não passam de formigas. Não há emoções ou sentimentos sobre os insetos.

* * *

Há um túnel diante de mim. Atrás não há mais nada. Não há paredes ou pedras ou nada que o forme senão a escuridão, mas ainda assim há um túnel diante de mim. O pequeno ponto de luz no final me diz que há um túnel diante de mim. E não fosse a luz, fraca demais para iluminar, mas forte o suficiente para definir a escuridão, eu não saberia que há um túnel diante de mim.

* * *

Nas ruas, um jovem com fones de ouvido, desligado do mundo que o cerca, deixa uma moeda gorda na mão do mendigo e passa olhando para trás.

Não fosse ter trombado no terno e gravata que segue resmungando, teria visto o mendigo agradecer aos céus e parar observando o alto do prédio sobre si.

O homem salta.

* * *

Eu mergulho na escuridão. Por momentos, o abismo é aconchegante. Ele me abraça e me mima e me faz promessas. Eu quero ficar aqui para sempre.

Mas eu devo seguir em frente. É só depois de atravessar o túnel que eu verei a luz.

Tenho total consciência de mim mesmo e o abismo percebe isso.

“Quem você acha que é?”

“Eu sei o que eu sou, eu sei quem eu sou.”

“Por que vem aqui me perturbar?”

“Há um caminho a ser seguido.”

Eu posso alcançar a luz.

“Não há nada depois de mim. Eu sou tudo o que foi, é ou será.”

“Você não pode sê-lo, não há escuridão em mim.”

“Você tem certeza disso? Você sempre teve certeza disso?”

A luz me chama em silêncio. Eu posso atravessar o caos que me cerca.

“Esse seu corpo nu e fraco pode caminhar pelo fogo e pelo frio?”

Eu me calo para não dar ao abismo a carne que ele reclama. A luz ainda ao longe. Eu quero alcançá-la.

“Onde estão suas palavras? Onde está sua convicção?”

Eu sei que a luz se aproxima, mas ela ainda está longe. O túnel começa a tomar formas e sentido. Já não tenta mais me seduzir e eu não quero mais ficar aqui.

“Mostra-me quem você é, homem, pois eu já o sei.”

A luz nunca chega. Eu quero alcançá-la, mas ela nunca chega.

“Você não é nada. Nada pode passar por mim.”

As formas da escuridão gritam cada vez mais nítidas. Um fio de suor gelado corre por mim. A luz, ainda longe.

“Você sequer sabe o que é aquilo que você deseja.”

Eu vejo um rosto pustulento comido pelas chagas gritar e fecho meus olhos.

“Nada pode passar por mim.”

MMVIII

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Título com Trocadilho Legal

Eu sei que eu ia escrever algo neste post além do que eu já vou escrever. Isso, inclusive, tinha me dado a idéia de batizar o post com esse trocadilho.

O problema é que eu simplesmente esqueci o que eu ia escrever. Claro que ajuda bastante lembrar o título do post, de forma que, à partir dele, aquilo que eu ia escrever acabaria vindo naturalmente depois... Mas eu também esqueci o título!

Isso tudo porque eu resolvi deixar o post pra depois (verdade, alguns dias depois). Fico muito mordido de raiva quando isso acontece: você tem uma idéia legal, um nome legal, até pensa em algumas linhas e frases bacanas... Mas quando resolve pegar a caneta e colocar a ponta no papel - "puf!" e a idéia se foi...

Isso acontece com bastante freqüência comigo. Talvez minhas professoras da infância estivessem certas sobre eu ser um menino muito disperso e com problemas de concentração. Só que eu esperava que isso passasse com a idade!

A verdade é que é ruim deixar certas coisas pra depois (ainda que seja muito bom deixar certas coisas pra depois... Ainda que eu não consiga pensar em nenhuma a não presentes de Natal). Por isso que eu comprei um Moleskine outro dia. É um caderninho charmoso, Dr. Henry Jones tinha um. Capa de couro, cheio de tradição por trás da marca e que o Google com certeza pode apontar muito mais detalhes do que eu. No final, acabei ficando com dó de gastar o Moleskine e mal usei, mas esse não é o ponto da questão...

O fato é que eu finalmente tinha algo pra falar, mas agora não tenho mais. Claro, deve haver uma lição moral por trás disso tudo...

Meu Moleskine


Recebi outro dia o link para uma página cujo conteúdo principal era o vídeo abaixo.

É uma página da Peta, então não sei até onde acreditar e/ou confiar. Acho que eles são um tanto quanto radicais, e eu não concordo muito com eles em alguns (muitos) pontos.

Dizem tratar-se de uma fazenda de peles de animais da China. Se você tiver estômago para ver o vídeo (e eu não o recomendo se você for um pouco sensível ou se emocionar facilmente), vai perceber que há um tanto de sadismo e crueldade no tratamento desses animais.

Não sou vegetariano, vegan, ou o que seja, ainda que os respeite muito. Não levo jeito pra coisa, acho. Eu gosto muito de comer carne, proteína, e derivados de qualquer coisa que um dia foi um ser vivo (aliás, os vegetais também foram seres vivos um dia, certo?).

Porém eu gosto que a minha comida seja bem tratada. Não gostaria que nenhum ser vivo, qualquer que fosse a finalidade de sua vida, sofresse as crueldades mostradas nesse vídeo.

Aliás, exatamente em razão da própria finalidade da vida dos animais que nos alimentam e nos vestem, acho que uma morte digna seria o mínimo de respeito que eles merecem.

Claro, essa é só a minha opinião. O site ainda pede pra que se assine um abaixo-assinado, oferece formas de doação de dinheiro, e sugere que as pessoas evitem usar a moda derivada de peles de animais.

Das três opções, eu fiquei só com a última.