terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Quadrinhos: Séries Mensais vs. Graphic Novels

O site Omelete publicou ontem a notícia de que a DC Comics iniciará uma nova linha de quadrinhos para os personagens Batman e Superman com graphic novels sem periodicidade definida, ao contrário da estratégia comum dessas grandes editoras, que é publicar seus personagens mainstream com edições mensais de vinte-e-poucas páginas.

Vale a pena ler a notícia pra entender qual foi a discussão gerada.

Muitas editoras vêm acompanhando essa evolução do mercado, mas Joe Quesada, o editor-chefe da Marvel, é um dos que bate o pé para as graphic novels.

E isso só prova mais uma vez que ele é um grandessíssemo filho da puta. Seus principais argumentos contra o formato das graphic novels é de que as edições mensais fariam mais dinheiro que edições em capa dura, que as graphic novels receberiam menos marketing, que por causa disso os artistas teriam menos evidência no mercado, e que edições em graphic novels de baixa qualidade não venderiam, como acontece com as edições mensais.

Ok. Eu pessoalmente não gosto muito de mudanças, mas sei que elas acontecem independente da nossa vontade. E que bom que elas aconteçam para melhor, e não para pior. Sou a favor do formato graphic novel. Por mais paradoxal que isso possa parecer, eu acredito que elas sejam muito mais acessíveis. Primeiro, porque a sua distribuição é muito maior, são vendidas não apenas em bancas de revistas (ou comic shops como são chamadas lá fora), mas também em livrarias. Segundo, por causa do preço por páginas muito mais acessível (tirando da matemática, claro, as edições luxuosas cheias de extras vendidas em capa dura).

E sim, é verdade que uma graphic novel lançada em um único volume receberia muito menos marketing do que se lançada em diversos fascículos mensais, mas estamos falando de arte (a nona arte) ou de apenas mais um produto comercial barato?

É claro que obras de baixa qualidade, como a grande maioria dos quadrinhos produzidos hoje em dia, não sobreviveriam nesse mercado de graphic novels que vem se formando aos poucos. Mas será que a baixa qualidade dos quadrinhos de hoje em dia também não se deve em razão dos apertados prazos que os artistas precisam enfrentar? Aliás, o próprio Joe Quesada não conseguiu cumprir o prazo da última série de sua autoria que eu acompanhei ("Daredevil: Father"). Tsc tsc tsc...

Não que eu seja a favor da total extinção das edições mensais. Elas ainda são importantes para alimentar o mercado, criar novos leitores de quadrinhos, e são um bom meio de se promover novos artistas. Mas eu acho muito interessante que as grandes editoras passem a enxergar as graphic novels como uma ótima mídia, cheia de potencial, inclusive para os seus personagens mainstream, como é o caso do Batman e do Superman da DC Comics.

Graphic novels oferecem maior liberdade criativa para os seus autores, justamente por não colocar aquela pressão absurda dos prazos das edições mensais, dando oportunidade para que surjam obras com muito mais qualidade.

Lembrei de um bom exemplo, da época em que Neil Gaiman ainda era um ótimo autor (hoje ele é apenas um bom autor). "Signal to Noise" foi um trabalho dele com o artista Dave McKean, originalmente lançado com periodicidade mensal. O próprio Dave McKean disse que foi um feito quase impossível manter os prazos exigidos. Depois, quando a obra foi lançada em formato de graphic novel, compilada em uma única edição, Dave teve tempo de refazer algumas artes e aumentar o seu conteúdo original, trabalhando inclusive a própria temática do livro (o noise do título), o que não lhe foi possível quando da publicação mensal do livro. Ora, se nem mesmo a dupla Neil Gaiman e Dave McKean conseguiram manter a qualidade original desejada com os prazos de publicações mensais, o que dizer sobre os demais artistas?

É possível, aliás muito provável, que surjam edições em graphic novels com uma qualidade inferior, e que elas acabem sucumbindo no limbo, como disse o próprio Joe Quesada. Mas isso será apenas mais uma forma de impulsionar a qualidade das publicações pela própria exigência do mercado.

Além disso, por mais que o marketing gerado em cima dessas obras seja menor, a atenção da crítica dada às graphic novels sempre será muito maior, mais madura. Isso significa dizer que ainda que se faça menos propaganda sobre essas obras, essa propaganda terá abrangência muito maior, e não apenas concentrada num único público alvo. Queira ou não, a visão do mercado como um todo é sempre mais séria sobre uma graphic novel do que sobre edições mensais. Isso se dá até porque o que se espera de edições mensais é a mera continuidade de um periódico comum (e eu nem vou entrar no mérito dos ganchos baratos ou séries desconexas e sem sentido), enquanto uma graphic novel é vista como uma obra independente (ainda que não seja totalmente independente, como é o caso de The Walking Dead).

Sou super a favor dessa nova estratégia da DC Comics, e é uma pena que a Marvel não pense da mesma forma.

Joe, mudanças são inevitáveis, e é preciso ter maturidade e consciência o suficiente para aceitá-las e evoluir.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Post de Fim de Ano

Os passarinhos estão cantando e o Sol brilha lá fora.
Ah, sim, os cães também estão latindo, os vizinhos estão gritando, os carros estão fazendo mais barulho que o habitual, e parece que todos os ônibus e caminhões de São Paulo resolveram passar na rua da minha casa hoje.
Vale dizer que eu fui dormir tarde ontem (ou talvez seria mais correto dizer que eu fui dormir cedo hoje), meus olhos estão ardendo de tão secos, minha cabeça dói, e o mundo conspira para que eu sofra...
Eu também não cumpri minhas promessas do Ano Novo passado, e por causa disso, também não vou fazer promessa nenhuma para 2010.
Assim, por enquanto, eu NÃO desejo um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo pra ninguém.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Tucker Max is a newbie and I completely out beated him!

Talvez vocês já tenham ouvido falar de Tucker Max... Ou talvez não.
Tucker Max é um canalha, como ele mesmo diz. Advogado formado pela Chicago Duke, adora encher o cu de cachaça e mulher... E é mestre em fazer merdas...
(desculpem-me pelo linguajar, mas não tem como descrevê-lo de outra forma)
Começou com um blog onde ele contava as merdas que fazia, lançou um livro contando as mesmas coisas, e adaptou o livro para o cinema.
Mas Tucker Max caiu no ranking, e desde o final de semana passado ele não passa de uma menininha.
E chega!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Besouro

O primeiro longa-metragem do publicitário João Daniel Tikhomiroff, Besouro, está programado para estrear por aqui no próximo dia 30 de outubro, mas ontem eu pude conferir de ante-mão uma das (várias) pré-estréias que o filme vem utilizando para se lançar pelo Brasil. Agradecimentos ao Omelete pela oportunidade!

Já faz algum tempo que eu assisti ao trailer do filme. As cenas de ação me impressionaram, mas confesso que na época fiquei com medo de se tratar de um "O Tigre e o Dragão" com uma pseudo-capoeira. No entanto, eu tive uma boa surpresa ao assistir ao filme.




O filme começa com uma seqüência interminavelmente lenta de cartelas redundantemente narradas que nos coloca no tempo e espaço do filme: o Recôncavo Baiano na década de 20.

Antes do filme começar de fato, somos rapidamente apresentados aos personagens, ainda em sua infância, para então "decolarmos vôo" (literalmente) em direção à história.

A adaptação do livro "Feijoada no Paraíso" (Marcos Carvalho) nos conta a história do capoeirista Besouro (Aílton Carmo), que se culpa pela morte de seu Mestre Alípio (Macalé), e a sua transformação na lenda que carrega a missão de cumprir o trabalho iniciado por seu mestre, a libertação de seu povo, com a ajuda das forças místicas do candomblé.

Não se trata do melhor filme de ação que eu já assisti, mas ainda assim é um filme acima da média, ainda mais por se tratar de um filme nacional, que não possui muita (aliás, nenhuma) tradição nesse gênero.

O filme faz muito bom uso de alternância de narrações, utilizando por várias vezes a câmera em primeira pessoa, assim como o faz ao empregar a não-linearidade para contar a história, que contribui para o efeito dramático no final do filme (ah, sim, isso antes das cartelas narradas aparecerem novamente).

Vale destacar, também, a excelente fotografia do filme. Com ótimas composições, ajudou a destacar as cenas mais instrospectivas do protagonista, que combinadas com a ausência de falas, faz da fotografia do filme um brilho à parte.

A trilha sonora também é muito boa, fugindo do que seria esperado para esse tipo de filme: percussão e berimbaus. Causa até uma rápida surpresa ouvir quando Nação Zumbi toca pela primeira vez, mas a combinação é harmoniosa. Não tanto quanto a sua edição, que deixou a desejar com cortes excessivamente bruscos.

As cenas de ação, no entanto, são o grande ponto forte do filme, dignas de qualquer super produção estrangeira, e inéditas na história do cinema nacional. Mais importante ainda, mantiveram-se fiéis à arte da capoeira todo o tempo. O chinês Ku Huen Chiu (Kill Bill e O Tigre e O Dragão) foi o responsável pela coordenação das cenas de ação, o que pode explicar um pouco esse sucesso.

Como na maioria dos filmes de ação, o roteiro não se aprofunda em todas as tramas que abre. Há um óbvio relacionamento amoroso que poderia ter sido suprimido ou desenvolvido, mas que manteve-se "morno" demais. A supressão dessa trama amorosa, no entanto, resultaria no corte de uma das melhores cenas do filme, onde um jogo de capoeira se cruza com um jogo de sedução.

O filme deu novo destaque (ainda que sem muito aprofundamento) à capoeira e ao candomblé, o que não se tinha visto no cinema até então. E apesar do filme manter esses temas apenas na esfera estética, trabalhou-os muito bem. Desenvolver demais os temas do candomblé e da capoeira poderia fugir da "brasileiridade" do filme pra se tornar mero "folclorismo".

De zero a dez, nota 6 para o filme.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Bastardos Inglórios

O último filme dirigido por Quentin Tarantino, Bastardos Inglórios (Inglorious Basterds - EUA, 2009), estreou por aqui na última sexta-feira. No entanto, acabei conferindo o filme somente ontem, em pleno feriado de 12 de outubro (aliás, ótimo presente de dia das crianças que eu me dei).
O filme era aguardado para o dia 23 de outubro, mas em razão do Festival do Rio, teve sua estréia antecipada para o dia 9.




Ok, antes de mais nada, é melhor eu deixar claro que eu sou um grande admirador do trabalho do Tarantino, e depois de assistir Bastardos Inglórios, eu claramente percebi que sou cada vez mais fã de Tarantino. Então, por mais que eu tente ser neutro, a crítica abaixo não vai ser totalmente imparcial.

No filme, acompanhamos o tenente americano Aldo Rayne (interpretado por Brad Pitt) e seu grupo de soldados conhecido como Os Bastardos, em sua luta pela Europa contra os nazistas.

E o filme é excelente. Para quem conhece o trabalho de Quentin Tarantino e entende sua narrativa e seu estilo, que invariavelmente implica falar numa rapsódia de estilos, homenagens ao cinema e à cultura pop, e diálogos marcantes, tudo sempre devidamente acompanhado de sua ultra-violência (praticamente uma assinatura Tarantinesca), o filme é ainda melhor.

Bastardos Inglórios traz um bom roteiro, como geralmente são os roteiros assinados por Tarantino. E apesar de toda a mistura de estilos cinematográficos (que acaba criando o estilo único de Tarantino), não se trata de mais um Kill Bill, que não foi muito bem recebido no Brasil por causa de seu roteiro (na verdade, eu apontaria que a má recepção de Kill Bill no Brasil se deu por causa da pouca familiaridade do público brasileiro com os estilos que Tarantino incorporou no filme).

O filme é dividido em cinco capítulos, cada qual trazendo, de forma mais ou menos organizada, elementos dos estilos que ele incorpora em sua narrativa. Claro que o estilo de Tarantino se faz presente em todo o filme, mas podemos perceber uma tentativa de organização dos temas homenageados neste filme. Como logo no começo do filme (e eu adoro a forma que os créditos iniciais, bem como a narrativa, são apresentados nos filmes do Tarantino), onde já vemos, na música de abertura, uma clara homenagem ao western spaghetti que o diretor tanto gosta.

O título do filme, aliás, já é em si uma referência ao cinema italiano. Quando foi anunciado, especulou-se se Bastardos Inglórios seria uma refilmagem do filme homônimo de 1978. E não, não é. Outra especulação foi a respeito do título, que passou a se chamar Inglorious Basterds, e não Inglorious Bastards, como seria a grafia correta em inglês. E o motivo da troca das vogais no título logo se faz entender quando ouvimos o sotaque do personagem de Brad Pitt. Aliás, um dos melhores momentos do filme acontece graças à habilidade de Brad Pitt lidar com sotaques.

Outro personagem que merece grande destaque é o oficial nazista Hans Landa (interpretado por Christoph Waltz), essencial para o andamento e desfecho do filme. Um dos personagens mais ricos da trama, combinado com uma ótima atuação de Christoph Waltz.

Após testemunhar a execução de sua família pelas mãos do coronel nazista Hans Landa (Christoph Waltz), Shosanna (uma jovem judia interpretada por Mélanie Laurent) assume nova identidade como dona de um pequeno cinema na França. Nesse meio tempo, o tenente Aldo Rayne (Brad Pitt) espalha o terror entre os nazistas pela Europa.

É então, numa estréia de um filme nazista dentro do cinema da jovem Shosanna que todos os personagens se encontram, e acontece o grande desfecho do filme.

De zero a dez, nota 8 para o filme.

sábado, 10 de outubro de 2009

Sierra Nevada Pale Ale

Apesar de ser uma cerveja razoavelmente famosa pelos Estados Unidos, confesso que não conhecia essa cerveja ainda.
Experimentei a Sierra Nevada Pale Ale não faz muito tempo (eu até havia feito algumas notas sobre essa cerveja, e só não havia escrito nada a respeito dela ainda por... hmm... desleixo?), na minha última visita aos Estados Unidos, num pub do lado do hotel que fiquei em Nova Iorque.
Escolhi por exclusão, procurava alguma cerveja que batesse com o meu gosto pelas ales inglesas, mas queria também experimentar alguma cerveja nova, e apesar de ser uma cerveja americana (Californiana, para ser mais exato), foi a que eu acabei pedindo. Tomei em chopp, não em garrafa (aliás, breve adendo: o pint americano é bem menor que o pint britânico, então não espere aquele tomar aquele monte de cerveja nos Estados Unidos se você estiver acostumado com o segundo tipo de pint).
E confesso que não me arrependi. Não bateu exatamente com o meu gosto (na verdade, eu procurava por uma cerveja bem diferente da Sierra Nevada), mas foi uma surpresa bastante agradável, e é uma cerveja que eu com certeza voltaria a tomar se a encontrasse novamente.
Possui o corpo bastante feminino, levemente adocicada, com notas de amargor bem leves no final do gole. Apesar do teor alcólico ser um pouco superior ao de uma light lager comum (o teor alcólico da Sierra Nevada é de 5,6%), ainda assim é uma cerveja leve e suave.
Não é uma cerveja de aroma forte, quase não possui bouquet, mas um olfato mais atento é capaz de perceber um aroma levemente floral, quase imperceptível. De toda sorte, tem o aroma muito fraco, de forma que não possui bouquet digno de qualquer avaliação.
É uma cerveja bem filtrada também (o que não é necessariamente uma característica positiva), o que talvez faça com que ela se torne tão leve. Essa característica, somada ao fato de ser uma cerveja com gaseificação bastante elevada, faz com que ela lembre levemente uma cerveja lager, apesar de ser uma pale ale.
A coloração é levemente avermelhada, mas de tom bem fraco, provavelmente em razão da forte filtragem.
Em razão da gaseificação elevada, por ser uma cerveja bem filtrada, pela coloração e ausência de aroma, suspeito que não seja uma cerveja 100% malte, mas admito que não é uma cerveja em que se perceba a presença de agentes de fermentação em seu paladar.
Aliás, o paladar da cerveja é muito bom. A Sierra Nevada não possui apenas agentes de fermentação, mas é bastante rica em agentes de sabor também. É uma cerveja que agrada o paladar sem chamar atenção. Cítrica, com acidez elevada, mas não além do limite ideal, levemente adocicada, com notas apimentadas e um aroma bem suave que quase chega em notas florais. Não consegui identificar o que a torna cítrica, já que não é adocicada o suficiente para ser laranja ou bergamota (definitivamente, não é laranja ou bergamota).
Não posso dizer ao certo, mas acredito ter notas de canela, pinho, e limão. Em conversas de bar, alguns moradores locais me disseram que não é limão, mas grapefruit. Eu, no entanto, nunca tomei cerveja com grapefruit (essa, aliás, é uma fruta que não gosto muito), e os locais com quem eu conversei eram de Nova Iorque, e não da Califórnia, de forma que eu ainda acredito ser limão, e não grapefruit.
É uma cerveja bem distinta, de destaque.

De zero a dez, nota 6,5 para a cerveja.

sábado, 26 de setembro de 2009

At the city that never sleeps...

Rapidinha pra gastar tempo ocioso.
Jet lag plus insomnia plus tired to the bones... Meus olhos nao
lubrificam mais sozinhos, meus ombros doem...
Mas eu estou curtindo!
I'm still having fun and I guess that's the key
I'm a twentysomething and I'll keep being me...

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Take Love Easy...

Saiu por aqui esses dias o disco "Take Love Easy", terceiro trabalho de estúdio de Sophie Milman, cantora de jazz russa que reside no Canadá desde o começo dos anos 90.

(ok, está nas lojas desde junho, mas só agora eu comprei o CD...)



E o seu último álbum está excelente. Seguindo o próprio nome dado ao álbum, Sophie traz um trabalho suave, bem easy, com um jazz gostoso de se ouvir que por várias vezes mescla elementos do samba e da bossa nova brasileira.

Destaque, aliás, para a faixa "Triste", música composta originalmente por Tom Jobim, e que já fez sucesso na voz de Elis Regina.

Mas Sophie Milman não se deixa intimidar pelos nomes que já gravaram versões das músicas que compõem seu último álbum. Exemplo disso é a faixa "Take Love Easy", que já foi gravada por ninguém mais ninguém menos que Ella Fitzgerald, ou de outros clássicos do jazz, como "I Concentrate On You", "Day In, Day Out", "Love For Sale", e "Where Do You Start?".

Além disso, Sophie também faz versões de músicas de outros ritmos, trazendo-os para o jazz, como é o caso de "Be Cool", de Joni Mitchell, "I'm on Fire", do Bruce Springsteen, e "50 Ways to Leave Your Lover", de Paul Simon.

Tudo isso com segurança e leveza, fazendo do seu último disco um trabalho coeso e homogêneo, apesar dos muitos elementos diferentes incorporados. Um ótimo álbum de jazz que eu recomendo a todos que gostem do estilo.



E como a moda agora é que os artistas divulguem suas músicas pela Internet, este álbum pode ser conferido, na íntegra, no site da cantora: www.sophiemilman.com.

Não é possível, no entanto, fazer o download das faixas, e também não se sabe até quando vai estar disponível na Internet.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Paul McCartney libera MP3 de Great Day

Sou um grande entusiasta do uso de novas mídias para a divulgação de trabalhos artísticos. Já havia comentado isso na época que o Ed Motta disponibilizou seu álbum "Chapter 9" inteiro na Internet, ou quando o Monty Python abriu seu canal no YouTube.

Agora foi a vez de Paul McCartney liberar uma de suas músicas na Internet.

O ex-Beatle disponibilizou a faixa "Great Day", que já havia sido distribuída em seu álbum "Flaming Pie", de 1997, e que agora faz parte da trilha sonora de "Funny People", filme de Judd Apatow que conta com os atores Seth Rogen, Adam Sandler e Leslie Mann.

Para baixar a música, clique em "get it now" no widget abaixo, digite seu e-mail, e confira o link para fazer o download do arquivo MP3.




Não sei até quando a faixa vai ficar disponível na Internet, mas de qualquer forma isso foi algo que me surpreendeu.

Paul McCartney é um músico cuja fama e nome não precisam ser divulgados via "brindes" pela Internet, afinal, foi membro de uma das maiores bandas de todos os tempos (tudo bem que, opinião pessoal, seu talento caiu bastante na sua carreira solo).

Além disso, na época em que a sentença condenando os responsáveis pelo ThePirateBay saiu, Paul fez uma declaração a favor da decisão, mostrando uma visão bem "quadrada" a respeito da distribuição e divulgação de material artístico, principalmente se se considerar o modelo atual de negócios empregado pelas gravadoras.

Mas opiniões pessoais à parte, a faixa se encontra disponível para download por tempo limitado, então corram e divulguem!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Empanada Especial

Escrevi este conto já faz algum tempo. Escrevi de uma vez e nunca o revisei. Acredito, aliás, que nunca chegarei a revisá-lo. Não por acreditar que esteja bom, mas simplesmente porque o conto em si perdeu o sentido original do que ele significava.

Algumas das coisas que eu escrevo nascem com um propósito, com um objetivo, com uma idéia por trás delas. Este conto não foi diferente, mas o propósito se perdeu.

Então, só pra não jogar fora o trabalho, estou publicando aqui no journal.



Empanada Especial
Osvaldo Ken Kusano


Amanhecia o dia quando Breno e Ricardo saiam da boate, os dois exaustos. Um por ter se divertido demais durante a noite. O outro, pelo exato oposto.

A expressão marcada a ferro no rosto de Ricardo era de melancolia, desespero e decadência. Breno tentava há dias colocar algum ânimo no semblante caído do amigo, desde quando este se mudara para sua casa, mas tudo que conseguia era lhe arrancar suspiros e lamentações.

A tentativa de levar o amigo para sair parecia ter surtido o mesmo resultado dos ensaios anteriores, de forma que, vencido pelo cansaço, e com a pouco ajuda de um desanimador despertar de uma manhã de inverno, Breno apenas caminhava, silenciosamente, ao lado de Ricardo.

Com as mãos enfiadas nos bolsos, andando a mirar os próprios pés, para Ricardo tudo tinha um ar de tristeza: as bitucas de cigarro jogadas na sarjeta, o concreto rachado das calçadas, até mesmo o vapor de sua respiração que se formava no ar gelado das ruas.

Foi quando passaram em frente a um bar de esquina que Breno quebrou o silêncio entre os dois. Quis parar para comer uma empanada. Com entusiasmo, recomendou-as. Disse ao amigo sobre como eram famosas, gostosas, bem servidas.

Em contraste, tão desanimado quanto já estava, Ricardo apenas deu de ombros e concordou.

Breno pediu pelos dois:

- Duas especiais. E dois cafezinhos pretos.

Sentaram-se. Breno trazendo os dois copos de café. Ricardo a fitar meditativamente o porta-guardanapos sobre a mesa, com toda a metafísica inerente a se fitar o porta-guardanapos sobre a mesa.

Breno pôs-se a comer sua empanada tão logo elas chegaram. Ricardo demorou um pouco mais. A princípio, quase não as percebeu, ainda que Breno fizesse um ou outro comentário sobre os salgados.

E foi na sua segunda mordida que Ricardo percebeu uma uva passa no recheio. Não que estivesse atento ao sabor do que comia, ou sequer que estivesse sentindo sabor algum. Mas a uva passa chamou sua atenção.

Ricardo detestava o agridoce. Não podia compreender como coisas doces podiam servir de ingredientes para alimentos salgados. Estava apático demais para se importar, mas coisas como uma uva passa no meio de um salgado sempre o irritaram.

A ela não. Carol adorava o agridoce. E Ricardo se lembrou da discussão da Ceia de Natal, da farofa com maçã, da maionese com pedaços de frutas, do molho de laranjas que Carol tanto gostava. E se lembrou também de como fizeram as pazes todas as vezes, e de como foi convencido a experimentar batata frita com sorvete por um sorriso sincero e inocente, e das gargalhadas, e das caretas, e de tudo entre um e o outro.

Até mesmo Breno, que já cedia à frustração, percebeu a mudança na fisionomia de Ricardo, que deixou sua empanada pela metade sobre a mesa e levantou-se em direção ao balcão.

- Uma empanada especial. Para viagem.

MMIX

domingo, 14 de junho de 2009

Goin' Off The Rails on a Crazy Train

Rapidinha só pra avisar que eu ainda estou vivo, e que a vida anda meio agitada, e que eu até tenho algum tempo livre pra escrever alguma coisa, mas que a preguiça também faz parte do cotidiano.

Espero cumprir as promessas de fim de ano (que eu acabei de lembrar vendo os meus últimos posts) até o final do ano.

Câmbio e desligo!

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Novo membro da família

Bem vinda à família.


A harmônica acima é o mais novo membro da família. Agora eu posso falar que tenho um Hammond Organ!

Atualizei o layout do Jornal também. Agora é possível assinar o RSS do Jornal pelo menu lateral. E coloquei ao lado também o link do Jornal de um amigo meu que teima em escrever tudo em verso.