terça-feira, 29 de julho de 2008

Faz algum tempo...

Mais de um mês sem escrever. Acho que dar notícias de que "ei, estou vivo, com saúde, trabalhando muito e recebendo pouco" seria uma boa idéia, não fosse minha falta de ânimo para escrever qualquer coisa sobre qualquer coisa. Este post é, basicamente, um filler, só pra cumprir tabela. Chega a ser horrível dizer isso, mas é pior ainda ver o journal abandonado por tanto tempo, então, Oi, eu estou vivo, com saúde, trabalhando muito e recebendo pouco. E isso vale principalmente para todos que me escreveram e que não receberam resposta nenhuma ainda.

Ontem eu colhi meus dois primeiros pés de manjericão. Fiz berinjela ao forno com eles. O manjericão foi para o molho, vermelho, que rega a berinjela à milanesa, tudo coberto com queijo e gratinado no forno. Modéstia à parte, ficou bom.

Sem grandes novidades. Câmbio e desligo.

terça-feira, 8 de julho de 2008

A pedidos, uma crônica...

Eu gosto da surpresa. O poder transformador de sensações que a falta de expectativa cria é simplesmente fantástico.
E foda-se a atitude politicamente correta, mas eu vou contar, admitindo toda a minha falta de nobreza, sobre como eu cheguei (ou voltei) à essa conclusão.

Agora há pouco eu fui comprar cigarros numa loja de conveniência aqui perto de casa. É prático, é perto, é conveniente. E aproveitei a deixa pra comprar uma cerveja (sim, no meio da semana).

Sou do tipo que não gosta muito de arriscar aqui nessa ilha de merda quando o assunto é cerveja. Não que eu seja convervador, pelo contrário, mas é porque japas entendem tanto de cerveja quanto entendem de depilação (é cada floresta negra andando de bike e mini saia por aqui que dá até medo).

Mas eis que, dessa vez, sei lá o que me ocorreu, eu resolvi deixar a tradicional Yebisu de lado (uma das poucas cervejas que atinge o meu paladar mínimo pra cevada) e arriscar uma outra chamada "Premium - Rich Taste" (sim, eles também entendem o mesmo tanto sobre batismos). A garrafinha de vidro charmosa me atraiu, acho.

E eu a comprei. Sem expectativas. Sem esperar nada além de, no máximo, uma cerveja 100% malte. Saí da loja, acendi meu cigarro recém adquirido, montei na bicicleta e abri a garrafa. E o primeiro gole foi sensacional!

Eu estava com o player da mulher, e por acaso ouvi o combo Golden Slumbers e Carry That Weight dos Beatles. E andar de bike, com a brisa da noite virginal de um dia de verão no rosto, ouvindo um som sensacional dos Beatles e tomando uma cerveja ale (sim, era ale!!!), 100% malte, com corpo feminino sensual e adocicado, notas de amargor no ponto certo, grãos levemente torrados (na medida que eu gosto). Puta merda!... Se eu fosse crente, eu teria visto Deus!

Não foi nada demais. É apenas o tipo de cerveja que me agrada, nada além disso. Uma receita simples bem feita, seguida bem à risca. Mas era algo que eu não esperava, e isso fez com que ela se tornasse uma das melhores cervejas que eu tomo em tempos (ainda que, há menos de quatro dias, eu tenha bebido uma cerveja muito superior em sabor e qualidade). Até deixei o cigarro, que foi o que me levou à loja de convenicência, para o vento fumar.

Todo mundo já deve ter experimentado algo assim. Embarcar numa aventura diferente apenas por embarcar. Nada de curiosidade, nada de recomendações fantásticas, nada de críticas de especialistas dizendo sobre como isso ou aquilo deve se comportar. E é aí que mora o segredo da surpresa: você não a espera. Ela simplesmente acontece!

Não estou falando em comportamentos radicais, em jovens querendo berrar "ei, eu sou um punk!". Isso é premeditado. Não mora a ausência de expectativa nisso. Estou falando em como aquela menina que estudou o tempo todo com você, mas que só hoje, anos depois de se conhecerem, de repente te agarra e passa a te cativar mais e mais, e um dia, quiçá, vai se casar com você e se tornar a mulher da sua vida.

Você não espera pelas pequenas coisas. Elas simplesmente acontecem. E se tornam os maiores milagres da vida.