terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Quadrinhos: Séries Mensais vs. Graphic Novels

O site Omelete publicou ontem a notícia de que a DC Comics iniciará uma nova linha de quadrinhos para os personagens Batman e Superman com graphic novels sem periodicidade definida, ao contrário da estratégia comum dessas grandes editoras, que é publicar seus personagens mainstream com edições mensais de vinte-e-poucas páginas.

Vale a pena ler a notícia pra entender qual foi a discussão gerada.

Muitas editoras vêm acompanhando essa evolução do mercado, mas Joe Quesada, o editor-chefe da Marvel, é um dos que bate o pé para as graphic novels.

E isso só prova mais uma vez que ele é um grandessíssemo filho da puta. Seus principais argumentos contra o formato das graphic novels é de que as edições mensais fariam mais dinheiro que edições em capa dura, que as graphic novels receberiam menos marketing, que por causa disso os artistas teriam menos evidência no mercado, e que edições em graphic novels de baixa qualidade não venderiam, como acontece com as edições mensais.

Ok. Eu pessoalmente não gosto muito de mudanças, mas sei que elas acontecem independente da nossa vontade. E que bom que elas aconteçam para melhor, e não para pior. Sou a favor do formato graphic novel. Por mais paradoxal que isso possa parecer, eu acredito que elas sejam muito mais acessíveis. Primeiro, porque a sua distribuição é muito maior, são vendidas não apenas em bancas de revistas (ou comic shops como são chamadas lá fora), mas também em livrarias. Segundo, por causa do preço por páginas muito mais acessível (tirando da matemática, claro, as edições luxuosas cheias de extras vendidas em capa dura).

E sim, é verdade que uma graphic novel lançada em um único volume receberia muito menos marketing do que se lançada em diversos fascículos mensais, mas estamos falando de arte (a nona arte) ou de apenas mais um produto comercial barato?

É claro que obras de baixa qualidade, como a grande maioria dos quadrinhos produzidos hoje em dia, não sobreviveriam nesse mercado de graphic novels que vem se formando aos poucos. Mas será que a baixa qualidade dos quadrinhos de hoje em dia também não se deve em razão dos apertados prazos que os artistas precisam enfrentar? Aliás, o próprio Joe Quesada não conseguiu cumprir o prazo da última série de sua autoria que eu acompanhei ("Daredevil: Father"). Tsc tsc tsc...

Não que eu seja a favor da total extinção das edições mensais. Elas ainda são importantes para alimentar o mercado, criar novos leitores de quadrinhos, e são um bom meio de se promover novos artistas. Mas eu acho muito interessante que as grandes editoras passem a enxergar as graphic novels como uma ótima mídia, cheia de potencial, inclusive para os seus personagens mainstream, como é o caso do Batman e do Superman da DC Comics.

Graphic novels oferecem maior liberdade criativa para os seus autores, justamente por não colocar aquela pressão absurda dos prazos das edições mensais, dando oportunidade para que surjam obras com muito mais qualidade.

Lembrei de um bom exemplo, da época em que Neil Gaiman ainda era um ótimo autor (hoje ele é apenas um bom autor). "Signal to Noise" foi um trabalho dele com o artista Dave McKean, originalmente lançado com periodicidade mensal. O próprio Dave McKean disse que foi um feito quase impossível manter os prazos exigidos. Depois, quando a obra foi lançada em formato de graphic novel, compilada em uma única edição, Dave teve tempo de refazer algumas artes e aumentar o seu conteúdo original, trabalhando inclusive a própria temática do livro (o noise do título), o que não lhe foi possível quando da publicação mensal do livro. Ora, se nem mesmo a dupla Neil Gaiman e Dave McKean conseguiram manter a qualidade original desejada com os prazos de publicações mensais, o que dizer sobre os demais artistas?

É possível, aliás muito provável, que surjam edições em graphic novels com uma qualidade inferior, e que elas acabem sucumbindo no limbo, como disse o próprio Joe Quesada. Mas isso será apenas mais uma forma de impulsionar a qualidade das publicações pela própria exigência do mercado.

Além disso, por mais que o marketing gerado em cima dessas obras seja menor, a atenção da crítica dada às graphic novels sempre será muito maior, mais madura. Isso significa dizer que ainda que se faça menos propaganda sobre essas obras, essa propaganda terá abrangência muito maior, e não apenas concentrada num único público alvo. Queira ou não, a visão do mercado como um todo é sempre mais séria sobre uma graphic novel do que sobre edições mensais. Isso se dá até porque o que se espera de edições mensais é a mera continuidade de um periódico comum (e eu nem vou entrar no mérito dos ganchos baratos ou séries desconexas e sem sentido), enquanto uma graphic novel é vista como uma obra independente (ainda que não seja totalmente independente, como é o caso de The Walking Dead).

Sou super a favor dessa nova estratégia da DC Comics, e é uma pena que a Marvel não pense da mesma forma.

Joe, mudanças são inevitáveis, e é preciso ter maturidade e consciência o suficiente para aceitá-las e evoluir.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Post de Fim de Ano

Os passarinhos estão cantando e o Sol brilha lá fora.
Ah, sim, os cães também estão latindo, os vizinhos estão gritando, os carros estão fazendo mais barulho que o habitual, e parece que todos os ônibus e caminhões de São Paulo resolveram passar na rua da minha casa hoje.
Vale dizer que eu fui dormir tarde ontem (ou talvez seria mais correto dizer que eu fui dormir cedo hoje), meus olhos estão ardendo de tão secos, minha cabeça dói, e o mundo conspira para que eu sofra...
Eu também não cumpri minhas promessas do Ano Novo passado, e por causa disso, também não vou fazer promessa nenhuma para 2010.
Assim, por enquanto, eu NÃO desejo um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo pra ninguém.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Tucker Max is a newbie and I completely out beated him!

Talvez vocês já tenham ouvido falar de Tucker Max... Ou talvez não.
Tucker Max é um canalha, como ele mesmo diz. Advogado formado pela Chicago Duke, adora encher o cu de cachaça e mulher... E é mestre em fazer merdas...
(desculpem-me pelo linguajar, mas não tem como descrevê-lo de outra forma)
Começou com um blog onde ele contava as merdas que fazia, lançou um livro contando as mesmas coisas, e adaptou o livro para o cinema.
Mas Tucker Max caiu no ranking, e desde o final de semana passado ele não passa de uma menininha.
E chega!