sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Então é Natal...

É chegado o Natal, data cristã que celebra, além desse sentimento coletivo de gratidão, paz, amor fraterno e doação, o nascimento de Jesus Cristo.

No entanto, algo que poucas pessoas sabem, o Natal tem origem pagã.

São vários os elementos pagãos que foram incorporados pelo sincretismo católico no século IV, a grande maioria envolvendo a comemoração do solstício de inverno, que ocorre por volta do dia 22 ou 23 de dezembro no hemisfério norte da Europa.

Um que sempre se mantém fresco na minha memória, contudo, é o da mitologia viking e da adoração nórdica ao deus Wotan (ou Odin para os íntimos).

"O Bom Velhinho"


A “história do Natal” começa, porém, com Loki, um dos deuses aesires, e a construção de uma muralha em volta de Asgard, um dos nove mundos da mitologia viking.

A construção da muralha ao redor de Asgard havia sido encomendada pelos aesires a um pedreiro que havia se apresentado como Blast.

Caso a muralha fosse construída dentro de um prazo de 7 dias, o pagamento de Blast se daria por meio da mão de Freya, deusa do amor e da fertilidade.

Os aesires acreditavam que o prazo estabelecido era curto em demasia para que um humano qualquer pudesse construir a muralha, e, dessa forma, teriam a muralha construída de graça.

No entanto, Blast não era um humano, mas sim um gigante de pedra disfarçado, que também era auxiliado por um cavalo mágico.

A construção seguiu em tempo recorde, e os aesires estavam receosos de ter que oferecer a mão de Freya a Blast.

Assim, Loki se transformou em uma égua, a fim de distrair o cavalo mágico de Blast e impedir que o prazo fosse cumprido.

Sem a ajuda de seu cavalo, Blast não conseguiu cumprir o prazo estabelecido, e foi impedido de se casar com Freya. Enfurecido, revelou sua forma real de gigante de pedra, e foi expulso de Asgard pelos aesires.

Quando Loki retornou a Asgard, trouxe consigo seu filho, Sleipnir, um cavalo mágico de oito patas capaz de cavalgar por terra e água e voar pelos céus, que foi dado a Wotan como montaria.

E às vésperas do solstício de inverno, data que marca o início dessa estação no hemisfério norte, Wotan, montado em Sleipnir e percorrendo os céus, saía para sua última grande caçada do ano.

No retorno da caçada, Sleipnir, com fome e cansado, precisava fazer paradas, então às janelas das casas daqueles que acreditavam em Wotan, que deixavam torrões de açúcar em grossas meias para que não derretessem.

Tais gestos de adoração e de doação, eram retribuídos por Wotan com partes dos frutos de sua caçada em sinal de gratidão.

Independente da origem, se pagã ou cristã, e também independente da questão comercial, o natal, no entanto, ainda é uma data festiva de doação, de gratidão, de amor fraterno, do sentimento coletivo de transformação, de continuidade. O novo envelhece, o velho se renova, o verão que cede ao outono, que cede ao inverno, que cede à primavera, a unidade de todas as coisas.

Assim, qualquer que seja a origem ou a crença a respeito desta época, independente de presentes, de diferenças ou do quer que o seja, a todos um Feliz Natal, ou Yule, ou Channukah, ou apenas Feliz Solstício de Inverno (para nós do hemisfério sul, de verão)!

“Que seja feliz quem souber o que é o bem”

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